sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A psicose por Winnicott.

   Bem, como estou na vibe de Winnicott e preciso externar minha atual adoração, vou embarcar nessa toada.
  
   Donald W. Winnicott, como bem devem conhecer, ia de encontro a este paradigma tratado no post anterior sobre o viés da Psicopatologia Psicanalítica. No começo de sua carreira seu interesse máximo era pela psicose, especialmente pela Esquizofrenia. Essa curiosidade pelo 'anormal' e pelo universo da psicopatia, o teria levado para o interesse na vida infantil e pelos primórdios da vida humana.

   Para o autor, se existe o cúmulo da loucura, este seria o estado de despersonalização. Aqueles fenômenos que na clínica psiquiátrica parecem sem sentido, no bebê podem corresponder a este estado. Uma dor de barriga na criança, por exemplo, era tida como: 'a dor de barriga', excluindo-se sua história de vida. Com a chegada da visão psicanalítica, essa criança passa a ser uma criança com dor de barriga.

   Segundo Winnicott, todos os dias fazemos este movimento de 'não ser' para o 'ser', como quando dormimos e acordamos cansados, é quando não nos refestelamos no 'não ser'. Se ao dormir não se consegue sonhar, seria este, praticamente, um estado de não existência.

   Toda criança passa por este estado, que na primeira infância, seria um estágio. Ao nascer, a criança ainda não se reconhece como tal e pensa ser uma extensão da mãe. É esta mãe que a atende, pois uma criança não consegue sair por ela mesma, mas porque tem um cuidado.

   Geralmente, a presença de um bebê gera nas pessoas o zêlo e a vontade de cuidar e quando essas são emocionalmente sadias, passam a reagir como 'mamães' em torno daquele bebê: a fala modifica (palavras no diminutivo); os gestos (a vontade de afagar, as mímicas); atitudes (o pegar no colo, brincar, etc.). Curva-se diante de um bebê emanando cuidados e afeto. Uma mãe que não é saudável, pode reagir depressivamente ou fora do contexto afetuoso e sem cuidados.

   Vários fenômenos que aparentam ser sentido para os adultos, fazem muito sentido para os bebês. Na visão de Winnicott, diferentemente da visão de Freud e outros, não se trata de entendê-los com base em fases (oral, anal, fálica) mas à regressão de fases do desenvolvimento emocional - não sexual, que para este autor aconteceria mais tardiamente.

   Assim sendo, não se trataria de libido propriamente dita, mas de desenvolvimento emocional do ser humano. Percurso pelo qual uma criança seguirá e necessitará da ajuda do ambiente. Quando isso não acontece, abre-se o campo para a instalação de uma psicose.

  
  

  

Um comentário:

  1. Olá, honey! Gostei de ver você por aqui escrevendo um brógui. Sorte com a empreitada. Enfim, reconheço que de Winnicott não sei nada mesmo. Vai ser bom ler algo novo cada quanto tempo com seus posts.

    Só uma coisinha, uma dica, no caso de você ainda não ter escutado falar dessa série. Você vai gostar, certeza: http://www.hbo.com/in-treatment/index.html#/in-treatment

    Download, sit, watch and enjoy. Té loguinho.
    Beijos, Luisa.

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