quinta-feira, 9 de setembro de 2010

'...todos os atos, por mais antiéticos e absurdos, pertencem ao acontecer humano'

   Das teorias sobre o sofrimento humano, começamos pela Psicopatologia, que é o estudo do sofrimento psíquico, reflexo do padecer existencial. A psicopatologia não é apenas uma classificação dos diferentes quadros patológicos, mas uma concepção a respeito do que é esse sofrimento humano.

   A Psicopatologia Psicanalítica surge contrapondo-se à Psicopatologia Psiquiátrica, que se forma a partir de um visão do sofrimento psíquico como índice de não compreensão do fenômeno. Ou seja, se alguém tem um comportamento 'incompreendido' este será então pesquisado. Quando não há empatia, compreensão, torna-se patologia. Se há compreensão, há neurose. O que é incompreensível será explicado a partir de uma falha neurológica.

   Na Psicopatologia Psicanalítica não há conduta incompreensível. Há motivações inconscientes que a tornam compreensíveis. Todos os comportamentos têm motivações legítimas, pois todas fazem contexto com o desenvolvimento emocional de um indivíduo.

   Assim, todos os atos, por mais antiéticos e absurdos, pertencem ao acontecer humano. Ou seja, não há 'monstros', mas sim, condutas monstruosas em que qualquer ser humano torna-se capaz de um sordidez. Este olhar não é simples. Implica a visão do ser humano como capaz de muitas atrocidades. Em termos individuais, para a psicanálise, tudo absolutamente imbui a participação do indivíduo.

   Assim sendo, onde não há empatia, não há sentido aparente. Mas irá se descobrir. E todos os comportamentos ligados ao sofrimento correspodem à reedição dos movimentos do desenvolvimento emocional do ser humano. Todas as condutas, tanto as mais sublimes como as mais nefastas, pertencem ao acontecer humano.
  
  

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