Ao se pensar na criança é importante também pensar no ambiente pela qual está inserida. Para o autor, o ser humano é essencialmente social e vinculado ao ambiente. A base da construção da personalidade se faz perante estudo pormenorizado da relação mãe-filho, influências da família e do ambiente.
Há uma interação em relação ao desenvolvimento emocional primitivo do bebê e a presença de um ambiente facilitador, para que este desenvolvimento ocorra bem. O percurso vai desde uma fase de dependência absoluta até uma independência total da criança. São três as etapas.
Na primeira, dependência absoluta, a criança se mostra fusionada com o ambiente e não se dá conta de sua dependência, embora ainda absoluta e total. Corresponde a um estado fusional tal que, em uma reunião na Sociedade Britânica de Psicanálise, Winnicott proferiu: "Não existe uma coisa como um bebê (...); se você me mostrou um bebê, você certamente me mostra alguém cuidando do bebê". O sentimento que resulta desta fusão com a mãe é a continuidade do ser.
No entanto este sentimento só se tornará possível sob os cuidados de uma mãe suficientemente boa que possibilite um manejo materno que garanta os afetos e cuidados com uma sensibilidade especial ao bebê. Com este empréstimo do ego da mãe, ele vai se adaptando às necessidades. O que dá início ao processo de elaboração psíquica das funções corporais no próprio ritmo da criança.
Sobre esta fase, Winnicott profere outra frase marcante: "A criança cria o seio e ela deve estar lá onde foi criado". A mãe é que mantém essa onipotência necessária neste período, quando a criança é o seio. De acordo com o desenvolvimento do ego deste bebê, a mãe o ajuda lidar com sua incompletude e, gradualmente, o desiludindo. Para o autor, a mãe saudável (suficientemente boa), sempre sabe e sente as necessidades do seu bebê, o que lhe possibilita condições necessárias para suportar certas etapas.
Quando esta criança é atendida por uma mãe que não é suficientemente boa e/ou um ambiente que não proporcione essa sustenção necessária ao bebê , principalmente nesta fase em que não existe o não-eu, esses fracassos são sentidos como ameaças à existência e "as angústias que os acompanham são impensáveis", segundo Neto, em artigo sobre o autor. Neto também coloca que tais angústias podem promover no bebê sensações de queda livre, desintegração, perda da unidade e até mesmo a perda da capacidade de relação objetal - como o autismo e poderosas defesas contra a incompletude - como no caso da inveja patológica.
* referência bibliográfica: Constituição do si-mesmo e Transicionalidade. Orestes Forlenza Neto. Revista Mente e Cérebro: Memória da Psicanálise, número 5, 2009.
No entanto este sentimento só se tornará possível sob os cuidados de uma mãe suficientemente boa que possibilite um manejo materno que garanta os afetos e cuidados com uma sensibilidade especial ao bebê. Com este empréstimo do ego da mãe, ele vai se adaptando às necessidades. O que dá início ao processo de elaboração psíquica das funções corporais no próprio ritmo da criança.
Sobre esta fase, Winnicott profere outra frase marcante: "A criança cria o seio e ela deve estar lá onde foi criado". A mãe é que mantém essa onipotência necessária neste período, quando a criança é o seio. De acordo com o desenvolvimento do ego deste bebê, a mãe o ajuda lidar com sua incompletude e, gradualmente, o desiludindo. Para o autor, a mãe saudável (suficientemente boa), sempre sabe e sente as necessidades do seu bebê, o que lhe possibilita condições necessárias para suportar certas etapas.
Quando esta criança é atendida por uma mãe que não é suficientemente boa e/ou um ambiente que não proporcione essa sustenção necessária ao bebê , principalmente nesta fase em que não existe o não-eu, esses fracassos são sentidos como ameaças à existência e "as angústias que os acompanham são impensáveis", segundo Neto, em artigo sobre o autor. Neto também coloca que tais angústias podem promover no bebê sensações de queda livre, desintegração, perda da unidade e até mesmo a perda da capacidade de relação objetal - como o autismo e poderosas defesas contra a incompletude - como no caso da inveja patológica.
* referência bibliográfica: Constituição do si-mesmo e Transicionalidade. Orestes Forlenza Neto. Revista Mente e Cérebro: Memória da Psicanálise, número 5, 2009.
Carambaaa!
ResponderExcluirSerá que sou uma mãe "suficientemente boa", ou melhor "será que fui"?...já que Manu não é mais um bebê...
:/
Adorei o bloguitcho.
Bic´s.